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Tocando no cerne da questão: a relação do homem com seu pênis



Psicólogo Regis Pilati
Por que essa parte do corpo masculino assume, em muitos casos, uma importância tão grande?

 Recentemente, ao folhear a revista SUPERINTERESSANTE, deparei-me com alguns trechos que suscitam reflexões sobre a relação do pênis e o homem. Essa indagação vem à tona quando consideramos as pressões sociais e culturais que envolvem a masculinidade e a sexualidade masculina.

 

Desde que se entendem por pessoa, os homens são confrontados com expectativas de coragem, força e uma certa virilidade sexual que parece inabalável. Seria como se fosse socialmente proibido para o sexo masculino expressar tristeza, medo ou mesmo uma diminuição no apetite sexual.

 

A pressão é tamanha que, frequentemente, o pênis assume um papel emblemático, tornando-se o símbolo maior da masculinidade. Não é incomum ouvirmos frases como "você não está honrando o que tem entre as pernas?".


 Expectativas sociais

Assim, o órgão genital masculino torna-se uma espécie de centro simbólico, rodeado por muitas expectativas e representações sociais. Para que todas essas expectativas sejam atendidas, espera-se que o pênis esteja sempre em pleno funcionamento: forte, grande, insaciável e altamente ativo.


Essa pressão constante pode resultar em uma preocupação excessiva e muitas vezes egoísta. Muitos homens vivenciam pensamentos fantasiosos e desnecessários em relação à sua performance sexual, o que pode desencadear níveis elevados de ansiedade, busca por sexo sem desejo real e, em última instância, uma falta de autocuidado e autoacolhimento.


 O que fazer?

Essa preocupação excessiva, por vezes, pode até manifestar-se de maneira brutal e egoísta nas relações interpessoais. A ideia de que a brutalidade é sinônimo de uma performance sexual bem-sucedida é um equívoco comum, que muitas vezes resulta na falta de consideração pelos sentimentos e necessidades do parceiro ou parceira.

Em meio a essa pressão social, é necessário que os homens aprendam a se reconciliar com sua própria sexualidade de maneira mais autêntica e compassiva e, claro, sempre priorizando o autocuidado e o respeito mútuo nas relações interpessoais.

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