O que é heterofobia? Dica: isso não existe
- Regis Pilati
- 6 de mai. de 2024
- 2 min de leitura

Recapitulando: o que a população LGBTQIAPN+ quer
A heterofobia começou a se destacar com o aumento da força dos movimentos em prol da população LGBTQIAPN+. A discriminação com essa minoria é sistemática: exclusão, homicidio, falta de oportunidade e muitas outras questões, e é por isso que se fez necessário passeatas, leis, discussões e políticas afirmativas.
No geral, a discussão dessa população gira em torno de um único tópico: direitos iguais. É simples, nem mais nem menos. Porém, as pessoas que são contra os direitos iguais para a população LGBTQIAPN+ geralmente distorcem esse discurso afirmando que os direitos dessa minoria excluiria o seus próprios direitos, o que não é verdade.
Assim, nasce o discurso da heterofobia que seria equiparar a discriminiação sofrida pelas pessoas com orientação diferente da heterossexual. Porém, esse discurso é raso, pois não se aprofunda em dados que mostram que a discriminação e, em especial, homícidios acontece apenas para essas minorias.
Heterossexuais também passam por problemas, mas nenhum é pelo fato deles serem somente heterossexuais. Ou você já viu algum homem sofrer preconceito por andar de mão dadas com uma mulher? Ou ainda, um homicídio acontecer por que um homem resolveu casar-se com uma mulher?
"Mas é minha opinião"
Aliás, você aceitaria um homem se casar com uma mulher?
Pois é, essa pergunta parece um absurdo, mas mesmo que não fosse, essa opinião não pode interferir na vida alheia, independente do motivo, pois as pessoas são livres para se relacionarem com quem bem entenderem, independente de eu gostar, querer ou aceitar.
Até entendo que as pessoas podem não gostar, aceitar ou concordar, porém uma coisa é certa: todos nós devemos respeitar a orientação sexual das pessoas. Aliás, é uma obrigação, já que, desde 2009, homofobia e transfobia é equipáravel a lei do Racismo (Lei n° 7.716/1989), segundo o STF.
Desvio de foco
Em suma, a discussão em torno da heterofobia não apenas carece de embasamento, mas também desvia a atenção do verdadeiro cerne da questão: a luta por igualdade e respeito para todas as orientações sexuais e identidades de gênero. E enquanto nos apegamos a falsos dilemas, a discriminação com minorias persistirá.
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